martes, 4 de mayo de 2010

A escuridao nao existe

"Eu estou tateando no escuro. Osho, você poderia tirar-me disso?"


"Eu não vejo escuridão em lugar algum. Você é que está mantendo os olhos fechados. A escuridão não existe. É criação sua. O sol está em todo lugar, a luz está em todo lugar, estamos em pleno meio-dia. Mas você continua apertando os seus olhos, mantendo-os fechados. Daí a escuridão. Agora, ninguém pode forçar os seus olhos a se abrirem. Existem algumas coisas que você tem que fazer por si mesmo.


Se você quiser espirrar, você terá que espirrar, eu não posso fazer isso por você. Se você quiser assoar o nariz, você que terá que fazer isso, eu não posso fazer por você. Existem algumas coisas que você tem que fazer por si mesmo. Esta é uma das coisas mais fundamentais da vida. Se não fosse assim, mesmo em sua liberdade, você seria um escravo. Se eu pudesse tirá-lo da sua escuridão, ou qualquer outra pessoa, aquela luz não será muito luminosa. Você estará aprisionado naquela luz, você não veio de livre e espontânea vontade, você não floresceu espontaneamente.


Alguma vez você já observou uma criança tentando abrir à força um botão de flor? O botão pode ser aberto, mas não será uma flor, alguma coisa ficará faltando, algo de grande significado. A alma estará faltando. A flor tem alma quando ela floresce espontaneamente, daí ela tem vida. Quando você a força, você a destrói. Tudo que é belo na vida pode apenas acontecer; não pode ser feito.


Existe uma bela história sobre um mestre Zen, Joshu:


Um dia, Joshu caiu na neve e gritou 'Ajude-me! Ajude-me!'. Um discípulo de Joshu aproximou-se e deitou ao seu lado.


Joshu riu, levantou-se e disse ao discípulo: 'Certo! Perfeitamente certo! Isso é o que eu estou fazendo com você também.'


Joshu tinha caído na neve e gritado, 'Ajude-me! Ajude-me!' Mas não havia necessidade alguma. Se você caiu, você pode se levantar. A mesma energia que fez você cair, consegue fazer você se levantar. A pessoa que não consegue se levantar, não consegue nem mesmo cair. A mesma energia que o leva a se perder, pode trazê-lo para casa. A pessoa que não consegue voltar para casa, não consegue também se perder, porque é necessário energia.

A mesma energia que faz de você um pecador, pode fazê-lo um santo. Na verdade, ser um pecador é mais complexo, mais difícil, mais trabalhoso. Ser um santo não é complexo nem trabalhoso. E ser religioso definitivamente não é trabalhoso. É a mesma energia! Você está mantendo os seus olhos fechados, e despendendo muita energia para mantê-los fechados. A mesma energia que os está mantendo fechados, se relaxados, irá ajudá-los a se abrirem.


Aquele discípulo é um discípulo de verdade. Ele entendeu Joshu perfeitamente bem. Ele sabe que ele criou uma situação, ele deitou-se conscientemente. Talvez o discípulo estivesse passando e Joshu caiu - criou uma situação - e gritou, 'Ajude-me! Ajude-me!' E o discípulo veio e deitou-se ao seu lado. Ele não o ajudou, em absoluto. O que ele estava fazendo?


Ele não estava tentando ajudá-lo, de modo algum. Ele estava simplesmente sendo compreensivo. Ele estava dizendo, 'O que pode ser feito? Ok, eu sou seu discípulo, eu vou deitar ao seu lado. O que mais eu posso fazer?'


Um mestre é compassivo com você, ele tem compaixão. O que mais ele pode fazer? Um mestre verdadeiro
não pode segurar suas mãos, porque isso o manterá sempre dependente. Trazer você para fora à força, é o mesmo que mantê-lo ainda dentro. Na hora em que o mestre soltar suas mãos, você voltará para o seu velho mundo, para a sua velha mente. Aquilo ainda não estava encerrado, ainda estava agarrado dentro de você.


Um mestre verdadeiro ajuda sem ajudar. Tente entender: um mestre verdadeiro ajuda sem ajudar. A sua ajuda é muito indireta, ele nunca vem imediatamente ajudá-lo. Ele vem de maneira muito sutil. Ele se aproxima de você como uma brisa muito frágil, não como uma ventania selvagem. Ele se aproxima de você como uma aura, invisível. Ele o ajuda certamente, mas nunca força você. Ele o ajuda apenas até onde você está pronto para ir, nunca um passo a mais. Ele nunca empurra você violentamente, porque qualquer coisa feita violentamente será perdida, mais cedo ou mais tarde.


Aquilo que você não desenvolveu de livre e espontânea vontade, você perderá. Você não pode desfrutar aquilo que não cresceu em seu ser espontaneamente. Você desfruta o seu próprio crescimento. Eu posso até mesmo dar-lhe a verdade, e você irá jogá-la fora, porque você não irá reconhecê-la. Eu posso forçá-lo a acordar, mas você irá cair no sono no momento em que eu me for, e você vai me xingar e ficar com raiva de mim, pois você ainda estava curtindo os seus sonhos. Você estava curtinho sonhos doces e aí chegou um homem e o acordou.


Algumas vezes observe a si mesmo. Você tem que pegar um trem bem cedo, quatro ou cinco horas da manhã, e você pede alguém para acordá-lo às quatro horas. Assim ele faz. E você fica com raiva. Você não gosta da idéia, mas essa idéia foi sua. Você sente como se ele fosse seu inimigo.


Ouvi contar a respeito de Emanuel Kant, um filósofo alemão, que ele era muito preso a horários. Ele quase se movia como um ponteiro de relógio, exatamente na hora, tudo, nem um minuto a mais, nem um minuto a menos. Por toda a sua vida ele costumava acordar cedo, às cinco horas da manhã. Ele tinha um criado. O criado tinha que arrastá-lo para fora da cama e às vezes até mesmo bater nele. Ele tinha dado tal poder ao criado. Ele lhe disse: 'Ainda que você tenha que me bater, bata. Vai ser uma boa luta para você, mas você tem que me acordar. Não escute o que eu lhe disser de manhã cedo. Eu irei repreendê-lo, gritarei com você e o ameaçarei dizendo que irei colocar fogo em você, mas não se preocupe. Qualquer coisa que eu disser, vai ouvindo, mas me arraste para fora da cama.'


Ele tornou-se muito dependente desse criado, de tal modo que o criado quase se tornou o patrão e o patrão tornou-se o criado. Algumas vezes o criado o deixava. Daí, ele tentava encontrar outros criados, mas ninguém se adaptava, pois como bater no seu patrão às cinco horas da manhã? Mesmo ele dizendo, 'Bata-me!', o criado ficava com medo. E o velho criado tinha que ser trazido de volta novamente.


Mas, como isso acontece? Você pode estar curtinho um sonho bom e aconchegante. Está fazendo frio, mas debaixo do cobertor está quente e aconchegante. Sim, você havia decidido antes que iria se levantar cedo, mas e agora... ? Você quer virar para o lado e cair no sono de novo.


Ninguém pode ser acordado antes da sua hora, nem deve ser.


E não há qualquer problema. Simplesmente tente compreender porque você mantém seus olhos fechados. Mais do que pedir-me para forçá-los a se abrirem, tente compreender porque você os mantém fechados. Tente compreender quais sonhos você ainda tem que sonhar. Você já não sonhou o bastante? Você, na verdade, já não sonhou mais do que o suficiente? Por milhões de vidas você tem sonhado. E você não alcançou nada com todos esses sonhos. Você permanece vazio, oco. Ainda assim, você continua se enchendo com novos sonhos, com novos desejos, com novas ambições. É bem possível que agora você esteja sonhando com iluminação, por isso você fez essa pergunta.


Você sonhou muitos sonhos. Agora um novo sonho surgiu em sua mente: tornar-se um buda, alcançar a iluminação. Isto é novamente um sonho. Se você tivesse realmente terminado com todos os seus sonhos, então quem estaria mantendo você dormindo? Abra seus olhos! Na verdade, nem mesmo haverá necessidade de abrir os seus olhos. Uma vez que você tenha compreendido que você já sonhou todos os sonhos possíveis, os olhos se abrirão. Não haverá nem mesmo a necessidade de abri-los porque ninguém estará lá para fechá-los.


Olhe para meu punho: se eu tiver que mantê-lo como um punho, eu terei que mantê-lo fechado, cerrado. No momento em que eu parar de fechá-lo, ele começará a se abrir espontaneamente. Estar aberto é natural, estar fechado é antinatural. Para mantê-lo fechado você tem que colocar muita energia nele. Para abrir, nenhuma energia é necessária.


Isso é uma coisa muito estranha: para permanecer miserável, você precisa colocar muita energia nisso. Para permanecer alegre, você não precisa de qualquer energia, de jeito algum. A felicidade é grátis, ela nada custa. A miséria você precisa fazer por merecer. Se você quiser ser miserável, muito esforço será necessário para permanecer miserável. É um estado muito antinatural. Um punho cerrado é antinatural; uma mão aberta é natural. A mão aberta não necessita energia, caso contrário você se sentiria cansado; ao final do dia você estaria morto de cansado por ter ficado todo o dia com a mão aberta. Daí, você dirá, 'Por todo o dia eu mantive minhas mãos abertas e agora eu estou me sentindo muito cansado.' Qualquer dia, mantenha o seu punho fechado por todo o tempo e ao final da tarde você se sentirá realmente cansado. O natural é a mão aberta.


Um coração aberto é um fenômeno natural; um ser aberto é simplesmente natural. Um ser fechado é muito antinatural, muito artificial; você tem que colocar toda a sua energia nisso. Essa é a minha observação em milhares de pessoas: elas dão toda a sua energia para se manterem miseráveis. Permanecer no inferno é um grande investimento. Não é fácil, é muito difícil. Você precisa ser muito forte para estar no inferno, muito teimoso, decidido. (...) Você tem que ser duro como um diamante, somente então você pode permanecer no inferno. Se não for assim... ninguém está impedindo o seu caminho. Basta relaxar e você entra no céu, o relaxamento é a porta.


Você diz: Eu estou tateando no escuro. Relaxe. No momento em que você relaxar, os seus olhos começarão a se abrir, assim como um botão abre e se torna uma flor, assim como um punho que não mais se mantém cerrado começa a se abrir e se torna uma mão aberta.


Eu não estou aqui para forçar isto. Eu estou aqui para esclarecê-lo como isto acontece. Eu posso falar a respeito desse processo, eu não posso fazê-lo para você. Compreendido, ele acontece. Eu não lhe prometo coisa alguma. Eu só lhe prometo uma coisa: o que aconteceu comigo eu farei com que fique óbvio para você. Daí, cabe a você seguir.


Buda disse: os budas só indicam o caminho, mas é você que tem que ir, cabe a você seguir o caminho."


OSHO - Zen: the Path of Paradox - Vol. 3 - Cap. 2

Quem é Osho?



Ninguém melhor do que o próprio Osho para responder:




                                                                                              
“Sou um convite para todos aqueles que estão procurando, buscando e têm um grande anseio em seus corações para encontrar os seus lares.Sou uma resposta para a pergunta que todos têm, mas que não podem formular, uma pergunta que é mais uma busca do que uma questão, mais uma sede do que uma indagação verbal e mental. Uma sede que a pessoa sente em cada célula e fibra de seu ser, mas que não tem como trazê-la às palavras e perguntá-la.Sou uma resposta para essa pergunta que você não pode formular e que não pode esperar que ela possa ser respondida.Quando digo que sou a resposta, não quero dizer que possa-lhe dar a resposta. Sim, se você estiver pronto, você pode pegá-la. Sou como um poço, pronto para que você atire o seu balde e tire água por você mesmo.

Tenho, mas não posso alcançar você sem os seus esforços.Somente você pode me alcançar. Este é um convite estranho; ele o levará a uma longa peregrinação, e terminará somente onde você já está.Você precisará dar muitos passos, em muitos caminhos, simplesmente para chegar a você mesmo, pois você se distanciou de você mesmo e se esqueceu completamente do caminho de volta. Sou um lembrete, uma lembrança do lar perdido.Não existo como uma pessoa; como uma pessoa eu simplesmente aparento. Eu existo como uma presença. Desde o dia em que vim a conhecer a mim mesmo, a pessoa desapareceu; existe somente uma presença, uma presença muito viva que pode saciar a sua sede, que pode preencher o seu anseio.Portanto, em uma palavra posso dizer que sou um convite, e é claro, apenas para aqueles que têm um profundo anseio em seus corações, que estão sentindo falta deles mesmos, uma profunda urgência, que a menos que encontrem a si mesmos, tudo o mais não tem sentido.


A menos que isso seja o seu interesse prioritário e supremo, a ponto de, se necessário, você estar mesmo disposto a perder tudo por isso, mas não pode abandoná-lo…Existem milhares de desejos, mas no que se refere a anseio, há apenas um, o de voltar para casa, de encontrar sua realidade. E nesse próprio encontrar, você encontra tudo o que tem algum valor: bem-aventurança, verdade, êxtase.Jesus costumava dizer: “Se você tem olhos para ver, veja; se tem ouvidos para ouvir, ouça.” É claro que ele não estava falando para os cegos e os surdos; ele estava falando para pessoas como você, talvez ele estivesse falando exatamente para você, pois você não é novo.Você é tão antigo quanto toda a existência; você sempre esteve.


Você pode ter encontrado muitos mestres, pode ter chegado perto de muitos budas, mas você estava muito envolvido em trivialidades e não estava ciente de seu anseio.Sou um esforço para provocar o dormente em você, para despertar o que dorme. O fogo está presente, mas está queimando muito baixo, pois você nunca cuidou dele.Meu convite é para tornar você chamejante, e a menos que você conheça uma vida que seja luminosa e chamejante, todo o seu conhecimento é apenas uma trapaça. Você está juntando-o para ajudá-lo a se esquecer de que o conhecimento real está faltando.


Mas não importa quão grande seja o seu acúmulo do outro, do objetivo, do mundo, isso não vai se tornar um substituto do seu autoconhecimento. Com o autoconhecimento, de repente desaparecem toda a escuridão e a separação em relação à existênciaSou um convite para você dar um corajoso salto no oceano da vida. Perca-se, pois esta é a única maneira de encontrar a si mesmo.”


Osho, em “The Invitation”

Oque é arte objetiva?

A criatividade está de alguma maneira ligada a meditação?
Osho:


Arte pode ser dividida em duas partes. Noventa e nove por cento da arte é arte subjetiva. Só um por cento é arte objetiva. Os noventa e nove por cento de arte subjetiva não tem nenhuma ligação com a meditação. Só um por cento da arte objetiva está baseada na meditação.


A arte subjetiva significa que você está derramando sua subjetividade sobre a tela, seus sonhos, suas imaginações, suas fantasias. É uma projeção da sua psicologia. O mesmo acontece na poesia, na música, em todas as dimensões da criatividade – você não está preocupado com a pessoa que irá ver sua pintura, nem preocupado com o que acontecerá com essa pessoa quando ela olhar para a tela; isso não é absolutamente sua preocupação. Sua arte é simplesmente uma espécie de vômito. Isso irá lhe ajudar, exatamente da maneira que vomitar ajuda. Isso acaba com a náusea, isso lhe torna mais limpo, mais saudável. Mas você não levou em consideração o que irá acontecer com a pessoa que irá ver seu vômito. Ela irá ficar nauseada. Ela pode começar a se sentir doente.


Olhe para os quadros de Picasso. Ele é um grande pintor, mas apenas um artista subjetivo. Olhando para seus quadros, você começará a se sentir doente, zonzo, alguma coisa fica agitada em sua mente. Você não tem como continuar olhando as pinturas de Picasso por mais tempo. Você gostaria de dar o fora, porque a pintura não procede de um ser silencioso. Ela vem de um caos. É um sub-produto de um pesadelo. Mas noventa e nove por cento da arte pertence a essa categoria.


A arte objetiva é exatamente o oposto. O homem não tem nada para jogar fora, ele está completamente vazio, absolutamente limpo. Desse silêncio, dessa vacuidade surge o amor, a compaixão. E desse silêncio surge uma possibilidade para criatividade. Esse silêncio, esse amor, essa compaixão – essas são as qualidades da meditação.


Meditação lhe traz para seu próprio centro. E seu centro não é somente seu centro, é o centro de toda a existência. Só na periferia somos diferentes. Quando começamos a nos mover em direção ao centro, somos um. Somos parte da eternidade, uma experiência de êxtase tremendamente luminosa que está além das palavras. Algo que você pode ser... algo porém, muito difícil de expressar. Mas surge em você um grande desejo de compartilhar isso, porque todas as outras pessoas ao seu redor estão tateando exatamente por tais experiências. E você as tem, você conhece o caminho.


E essas pessoas estão procurando em toda parte exceto dentro delas mesmas – onde ela está! Você gostaria de gritar nos ouvidos delas. Você gostaria de sacudi-las e de dizer a elas, “Abram seus olhos! Para onde estão indo? Onde você for, você estará se afastando para longe de si mesmo. Volte para casa, e mergulhe fundo dentro de você mesmo tanto quanto possível”.


Esse desejo de partilhar se torna criatividade. Alguém pode dançar. Existiram místicos – por exemplo, Jalaluddin Rumi – cujo ensinamento não estava em palavras, cujo ensinamento estava na dança. Ele irá dançar. Seus discípulos ficarão sentados do lado dele, e ele lhes dirá, “Qualquer um que sinta vontade de juntar-se a mim pode vir. É uma questão de sentimento. Se você não sentir vontade, isso é com você. Você pode simplesmente ficar sentado e observar".


Mas quando você vê um homem como Jalaluddin Rumi dançando, alguma coisa dormente em você se torna ativa. Apesar de você mesmo, você descobre que se juntou a dança. Você já está dançando antes de tomar consciência de que aderiu a isso.


Mesmo essa experiência é de tremendo valor, que você foi puxado como por uma força magnética. Não foi uma decisão da sua mente, você não considerou a favor ou contra, juntar-se ou não juntar-se a dança, não. Somente a beleza da dança de Rumi, a expansão da energia dele, se apossou de você. Você está sendo tocado. Essa dança é arte objetiva.


E se você puder continuar – e lentamente você irá ficar cada vez mais desembaraçado, mais e mais capaz – logo você irá esquecer do mundo inteiro. Chega o momento, o dançarino desaparece e só a dança permanece.


Na Índia existem estátuas, que você só precisa sentar-se silenciosamente e meditar nelas. Basta olhar para essas estátuas. Elas foram feitas por meditadores de tal maneira, em tal proporção, que só em olhar para a estátua, a figura, a proporção, a beleza... Tudo é bem calculado para criar um tipo similar de estátua dentro de você. E apenas sentar silenciosamente com uma estátua de Buddha ou de Mahavira, você irá descobrir um sentimento estranho, que você não pode encontrar sentando ao lado de nenhuma escultura Ocidental.


Todas as esculturas Ocidentais são sexuais. Você olha a escultura Romana: bela, mas algo cria sexualidade em você. Isso bate no seu centro sexual. Isso não lhe enaltece. No Oriente a situação é totalmente diferente. As estátuas são talhadas, mas antes que um escultor comece a talhar estátuas ele aprende meditação. Antes dele começar a tocar na flauta ele aprende meditação. Antes dele começar a escrever poesia ele aprende meditação. Meditação é uma necessidade absoluta para qualquer arte; desse modo a arte será objetiva.


Depois, apenas ler algumas linhas de um haiku, uma forma Japonesa de um pequeno poema – somente três linhas, talvez três palavras – se você o lê silenciosamente, você ficará surpreso. Isso é muito mais explosivo do que qualquer dinamite. Isso simplesmente abre portas em seu ser.


O pequeno haiku de Basho que tenho ao lado do lago perto da minha casa. Eu o amo tanto, eu queria que isso ficasse lá. Então toda vez, vindo ou indo... Basho é uma das pessoas que tenho amado. Nada demais: Um lago antigo...isso não é uma poesia ordinária. Ela é muito pictórica. Basta visualizar:Um lago antigo. Um sapo pula nele... Você quase vê o lago antigo! Você quase escuta o sapo, o som de seu pulo: Plop!


E depois tudo é silêncio. O lago antigo está lá, o sapo pulou dentro, o som do pulo dele criou mais silêncio do que antes. Apenas ler isso não é como qualquer outra poesia que você vai lendo – um poema, outro poema... Não, você apenas o lê e senta-se em silêncio. Visualize-o. Feche seus olhos. Veja o lago antigo. Veja o sapo. Veja-o pulando dentro. Veja as ondulações na água. Ouça o som. E escute o silêncio que segue.


Isso é arte objetiva.


Basho deve ter escrito isso num modo bem meditativo, sentado ao lado de um lago antigo, observando um sapo. E o sapo pula dentro. E subitamente Basho se torna cônscio do milagre do som aprofundando o silêncio. O silêncio é mais do que era antes. Isso é arte objetiva.


A menos que você seja um criador, você nunca irá encontrar a real felicidade. É somente criando que você se torna parte da grande criatividade do universo. Porém, para ser um criador, meditação é uma necessidade básica. Sem ela você pode pintar, mas essa pintura tem que ser queimada, ela não tem que ser mostrada a outros. Isso foi bom, lhe ajudou a descarregar, mas por favor, não sobrecarregue ninguém mais. Não presenteie seus amigos, eles não são seus inimigos.


Arte objetiva é arte meditativa, arte subjetiva é arte da mente.


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