viernes, 21 de mayo de 2010

MEDITAÇAO DO CIGARRO

Um homem veio a mim. Ele sofria do vício de fumar há trinta anos; ele estava doente e os médicos disseram: "Você nunca ficará bom se não parar de fumar." Ele era um fumante crônico e não conseguia parar. Mas ele tentou, tentou arduamente e sofreu muito tentando. Conseguia por um ou dois dias, mas então a necessidade de fumar vinha tão forte que simplesmente o vencia. Novamente ele caía no mesmo esquema.

Por causa disso, ele perdeu toda a autoconfiança; sabia que não podia fazer nem essa pequena coisa: parar de fumar. Ele se desvalorizou diante de si mesmo; considerava-se a pessoa mais sem valor do mundo. Não tinha mais respeito por si mesmo. E assim, ele veio a mim.


Ele disse: "O que posso fazer? Como posso parar de fumar?" Eu lhe disse: "Você tem que entender. Agora, fumar não é apenas uma questão de decisão. É algo que já entrou no seu mundo de hábitos; já se enraizou. Trinta anos é um longo tempo. Esse hábito tem raízes no seu corpo, na sua química, espalhou-se em você. Não é mais apenas uma questão de decidir com a cabeça; sua cabeça não pode fazer nada. Ela é impotente; pode começar coisas, mas não pode pará-las facilmente. Uma vez que você começou e praticou por tanto tempo, você é um grande iogue - trinta anos de prática em fumar! Já se tornou automático; você tem que desautomatizar isso." Ele perguntou: "O que você quer dizer por desautomatizar?"


É nisto que consiste toda a meditação: na desautomatização.


Eu lhe disse: "Faça uma coisa: esqueça tudo sobre parar de fumar. Não há necessidade. Por trinta anos você
fumou e viveu; é claro que foi um sofrimento, mas você se acostumou a ele também. E o que importa se você morrer algumas horas antes do que morreria sem fumar? O que você vai fazer aqui? O que você fez? Então, qual a importância em morrer na segunda, na terça ou no domingo, neste ou naquele ano - que importa?"


Ele disse: "Sim, isso é verdade; não importa".


Então eu disse: "Esqueça tudo sobre parar de fumar; não vamos parar absolutamente. Ou melhor, vamos compreender isso. Assim, da próxima vez, faça do fumar uma meditação".


Ele disse: "Do fumar uma meditação?" Eu disse: "Sim. Se as pessoas zen podem fazer do beber chá uma meditação, uma cerimônia, por que não com o cigarro? Fumar também pode ser uma bela meditação".


Ele ficou impressionado e disse: "O que você está dizendo? Meditação? Conte-me - nem posso esperar!"


Então dei a meditação para ele: "Faça uma coisa. Quando pegar o maço de cigarros do seu bolso, pegue-o bem lentamente. Curta, não há pressa. Fique consciente, alerta, atento; pegue lentamente com atenção total. Então, tire um cigarro do maço com toda a atenção, lentamente, não da velha maneira apressada, inconsciente, mecânica. Depois, comece a bater o cigarro no maço, atentamente. Escute o som, como fazem as pessoas zen quando o samovar começa a cantar e o chá começa a ferver... e o aroma... Então cheire o cigarro e sinta sua beleza..."


O homem disse: "O que você está dizendo? A beleza?"


"Sim, ele é belo. O tabaco é tão divino quanto qualquer outra coisa. Cheire-o; é o cheiro de Deus".

O homem ficou um pouco surpreso: "O que! Você está brincando?"


"Não, não estou brincando. Mesmo quando brinco, não brinco. Sou muito sério."


Então, ponha o cigarro na boca, com toda a atenção, e acenda-o. Curta cada ato, cada pequeno ato e divida-o em muitos pequenos atos para que você possa tornar-se o mais alerta possível.


Dê a primeira tragada: Deus em forma de fumaça. Os hindus dizem, "Annam Brahm" - "Comida é Deus". Por que não a fumaça? Tudo é Deus. Encha profundamente seus pulmões - isto é pranayam. Estou lhe dando uma nova ioga para um novo tempo! Depois, solte a fumaça, relaxe; dê outra tragada - e faça tudo bem devagar...


Se você puder fazer isso. ficará surpreso; logo verá toda a estupidez disso. Não porque os outros estão lhe dizendo que é estúpido, que é ruim. Você o verá; e não apenas intelectualmente, mas a partir de seu ser total; será uma visão da sua totalidade. E então, um dia, se o vício desaparecer, desapareceu; se continuar, continuou. Você não tem que se preocupar com isso."


Depois de três meses, o homem voltou e disse: "Ele desapareceu!"


"Agora, eu disse, tente isso com outras coisas também".


Este é o segredo, o segredo: desautomatizar. Andando, ande devagar, atentamente. Olhando, olhe cuidadosamente e você verá que as árvores estão mais verdes do que nunca e as rosas estão mais rosas do que nunca. Escute! Alguém está falando, sussurrando: ouça atentamente. Quando você falar, fale atentamente. Deixe que toda a sua atividade de despertar torne-se desautomatizada.

                                                                                                            Osho, em "O Livro Orange"

MEDITAÇAO DO CIGARRO(2)

Você pode fumar tanto quanto quiser. Eu lhe garanto que isso não é pecado. Se você encontrar Deus no dia do Julgamento Final, basta dizer-lhe que sou eu o responsável. O pecado pode recair sobre mim. Não se preocupe. Relaxe e não tente parar fazendo esforço, pois isso não ajudará em nada. Minha sugestão é que você fume de forma meditativa. Se os adeptos do zen-budismo podem tomar chá de forma meditativa, por que você não pode fazer algo parecido? O chá, aliás, contém os mesmos estimulantes que o cigarro, não há muita diferença.


Transforme o ato de fumar em uma cerimônia. Escolha um canto em sua casa para fumar: um pequeno templo dedicado ao Deus do Fumo. Incline-se respeitosamente, venerando seu pacote de cigarros. Depois converse um pouco com os cigarros: "Como vocês estão?" E então, lentamente - porque só assim você será perceptivo -, tire um cigarro do maço.


Não faça nada de forma mecânica, não há pressa. Incline-se respeitosamente em frente ao isqueiro. São grandes deuses, verdadeiras divindades! Se a luz é Deus, então por que não o isqueiro?
Comece a fumar lentamente, como em uma meditação budista. Não como a respiração de ioga pranayama, em que você respira rápida e profundamente - faça tudo com vagar. Buda nos recomenda respirar naturalmente. Então fume naturalmente, sem pressa. Preste atenção em cada um de seus atos, de forma que você possa se mover muito lentamente.


Você perceberá que quanto mais observar seu ato de fumar, menos fumará. Chegará o dia em que terá parado totalmente. Mesmo sem fazer esforço algum para deixar o velho hábito, ele sumirá. A razão é simples: tratava-se de uma rotina, de um hábito mecânico, e, ao criar e liberar uma nova energia de consciência, o ato de fumar se tornou inútil. O hábito simplesmente some, como uma folha morta caindo da árvore. Somente essa energia poderá ajudá-lo, nada mais.
Esse processo serve não apenas para parar de fumar, mas para todo o resto. A força bruta não é um método recomendável, pois, além de deixar cicatrizes, ela gera um grande ego e atua de maneira superficial. Ou seja: você terá que encontrar um substituto, do contrário se sentirá vazio.


Se você pensa que fumar é pecado, é óbvio que, se conseguir deixar para trás o vício, pensará que é um homem muito virtuoso. É assim que os chamados "homens virtuosos" são. Não fumam, não bebem, comem uma vez por dia... possuem as qualidades e virtudes dos santos!
Nós fizemos a religião perder toda a sua glória. E parecer tão tola quanto as pessoas. Mas tudo depende de sua atitude: se você considera que determinada coisa é um pecado, então só haverá virtude em seu oposto.


Queria enfatizar este ponto: fumar não é uma virtude nem um pecado. A consciência é uma virtude e a inconsciência um pecado. A mesma lei é aplicável a tudo em sua vida.

Osho, em "Uma Farmácia Para a Alma"

Abaixo uma oração, escrita pelo célebre Alquimista francês Nicholas Flamel, a qual consiste em um legado de rara beleza e profundidade, riquíssima em seu conteúdo, de grande valia para o buscador espiritual.


“Deus Todo-Poderoso, Eterno, pai da luz, de quem vêm todos os bens e todos os dons de perfeição, imploro a Vossa infinita misericórdia; permiti-me conhecer a Vossa infinita sabedoria; é ela que rodeia o Vosso trono, que criou e realizou, que conduz e conserva tudo. Dignai-Vos enviar-me do céu o Vosso santuário, e do trono a Vossa glória, a fim de que seja e que opere em mim; é ela que é senhora de todas as artes celestes e ocultas, que possui a ciência e a inteligência de todas as coisas. Fazei com que ela me acompanhe em todas as minhas obras, que, pelo seu espírito, eu obtenha a verdadeira inteligência, que eu proceda infalivelmente na arte nobre a que me consagrei, na pesquisa da miraculosa Pedra dos sábios, que escondestes do mundo, mas que costumais revelar pelo menos aos vossos eleitos. Que essa Grande Obra, que devo executar neste mundo, a comece, a prossiga e a termine de modo feliz; que, contente, eu viva satisfeito para sempre. Peço-vos, por Jesus Cristo, a Pedra celeste, angular, miraculosa e firmada em toda a eternidade, que governa e reina convosco.”

UM GRANDE INSIGHT

Antes de ir dormir, faça o seguinte exercício: deitado na cama, com os olhos fechados, visualize um quadro-negro, tão negro quanto você puder imaginar.
Então visualize nesse quadro-negro o algarismo 3 e faça isso três vezes. Repita o exercício visualizando o número 2 e assim sucessivamente até chegar ao 0, sempre por três vezes.


Quando você chegar ao terceiro zero, sentirá um silêncio absoluto, como se toda a existência desaparecesse de repente. Será um grande insight.

Esse exercício não levará mais do que dois ou três minutos. Você talvez durma antes de terminá-lo, mas tente chegar ao final, pois você precisa alcançar o terceiro 0.


Lembre-se também de não fazer nada com pressa: aja lentamente e de forma amorosa.
                                                                                              Osho, em "Uma Farmácia Para a Alma"