lunes, 21 de febrero de 2011

Causas Anteriores das Aflições

  Bem Aventurados os que choram, pois que serão consolados. -Bem aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. - Bem aventurados os que sofrem perseguições pela justiça, pois que é deles o reino dos céus.(S. MATEUS, cap.V,vv.5,6 e 10)

  Mas, se há males nesta vida cuja causa primária é o homem, outros há também aos quais, pelo menos na aparência, ele é completamente estranho e que parecem atingi-lo como por fatalidade. Tal, por exemplo, a perda de entes queridos e a dos que são o amparo da família. Tais, ainda, os acidentes que nenhuma previsão poderia impedir; os reverses da fortuna, que frustem todas as precauções aconselhadas pela prudência; os flagelos naturais, as enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, o cretinismo, etc.

  Os que nascem nessas condições, certamente nada hão feito na existência atual para merecer, sem compensação, tão triste sorte, que não podiam evitar, que são impotentes para mudar por si mesmos e os põe à mercê da comiseração pública. Por que, pois, seres tão desgraçados, enquanto, ao lado deles, sob o mesmo teto, na mesma família, outros são favorecidos de todos os modos?

  Que dizer, enfim, dessas crianças que morrem em tenra idade e da vida só conheceram sofrimentos? Problemas são esses que ainda nenhuma filosofia pôde resolver, anomalias que nenhuma religião pôde justificar e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, se se verificasse a hipótese de ser criada a alma ao mesmo tempo que o corpo e de estar a sua sorte irrevogavelmente determinada após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram essas almas, que acabam de sair das mãos do Criador, para se verem, neste mundo, a braços com tantas misérias e para merecerem no futuro uma recompensa ou uma punição qualquer, visto que não hão podido praticar nem o bem nem o mal?
Todavia, por virtude do axioma segundo o qual todo efeito  tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e , desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. Por outro lado, não podendo Deus punir alguem pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito moutra. E uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus.

  O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca às conseqüência de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentanêa; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele  que sofre está expiando o seu passado. O infortúnio que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, e aquele que se encontra em srofimento pode sempre dizer:
"Perdoa-me, Senhor, poque pequei."

Allan Kardec
do livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap.V

Dinheiro e Amor

 
Diante do bem, não  pronuncies a palavra "impossível".
  Certamente, sofres a dificuldade dos que herdaram a luta por preço das menores aquisições. Ainda assim, lembra-te de que a virtude não reside no cofre.
  Onde encontrarias ouro puro a fazer-se pão na caçarola dos infelizes?
  Entretanto, se o amor te az lume no pensamento, arrebatarás à imundice a derradeira sobra da mesa, convertendo-a no caldo reconfortante para o enfermo esquecido, e farás do pano pobre o abrigo providencial em favor de quem passa, relegado à intempérie.
  Uma garganta de pérolas não emite pequenina frase consoladora e um crânio esculpido de pedras raras não deixa passar leve fio de ideação.

  Todavia, se o amor te palpita na alma, podes falar a palavra renovadora que exclui o poder das trevas e inspirar o trabalho que expresse o apoio e a esperança de muita gente.
  Respeita a moeda capaz de fazer o caminho das boas obras, mas não esperes pelo dinheiro a fim de ajudar.
  Hoje mesmo, em casa, alguém te pede entendimento e carinho e, além do reduto doméstico, legiões de pessoas aguardam-te os gestos de fraternidade e compreensão.
  Recorda que na fonte da caridade tem nascedouro em ti mesmo e não descreia da possibilidade de auxiliar.
  Para transmitir-nos semelhante verdade, JESUS, a sós, sem finança terrestre, usou as margens de um lago simpes, ofertou simpatia aos que lhe buscavam a convivência, confortou os enfermos da estrada, falou do Reino de DEUS a alguns pescadores de vida singela e transformou o mundo inteiro, revelando-nos, assim, que a caridade tem o tamanho do coração.

Espírito Meimei
Médium: Francisco Cândido Xavier
Do Livro: "O Espírito da Verdade'