lunes, 4 de octubre de 2010

Ventura Da Prece



       Vinde, todos vós que deseais cres: acorrem os Espíritos celestes, e vêm anunciar-vos grandes coisas! Deus, meus filhos, abre os seus tesouros, paa vos distribuir os seu beneficios. Homens encrédulos! Se soubésseis como a fé beneficia o coração, e leva a alma ao arrependimento e à prece! A prece. Ah, como sao tocantes as palavras que se desprendem dos lábios na hora da prece! Porque a prece é o orvalho Divino, que suaviza o excessivo calor das paixoes, Filha predileta da fé, leva-nos ao caminho que conduz a Deus. No recolheminto e na solidão, encontrai-vos com Deus; e para vós o mistério se desfaz porque Ele se revela. Apóstolo do pensamento, a vedadeira vida se abre para vós! Vossa alma se liberta da matéria e se lança pelos mundos infinitos e etéros, que a pobre humanidade desconhece.
   Marchai, marchai, pelos caminhos da prece, e ouvireis a voz dos Anjos! Que harmonia! Nao sao mais os ruídos confusos e as vozes gritantes da terra: sao as liras dos Arcanjos, as vozes doces e meigas dos Serafins, mais leves que as brisas da manhã, quando brincam nas ramagens dos vossos arvoredos.
Com que alegria entao marchais! Vossa linguagem terrena nao poderá exprimir jamais essa ventura, que vos impregna por todos os poros, tao viva e refrescante é a fonte em que bebemos através da prece! Doces vozes, inebriante perfumes, que a alma ouve e aspira, quando se lança pela prece, a essas esferas desconhecidas e habitadas! Sao Divinas todas as aspiraçoes, quando livre dos desejos carnais, Vós também, como o Cristo, orai, carregando a vossa cruz para Gólgota, para o vosso Calvário. Levai-a, sentireis as doces emoóes que lhe passavam pela alma, embora carregasse o madeiro infamante. Sim, porque ele ia morrer, mas para viver a vida celesial, na morada do Pai.

                                                                                     Santo Agostinho- Paris, 1861.